Desconstruir o significado de ilustração. Desmistificar que uma ilustração é uma forma de contar histórias.
Nunca tinha participado numa coisa deste tipo, assim, à distância. E foi bem giro!
O Paulo Galindro é um ilustrador, diz ele, é “ilustrador, arquitecto e astronauta nas horas livres!” e foi mais ou menos desta forma que se apresentou no início do primeiro Workshop “Ilustração”, por Paulo Galindro, dinamizado pela The Book Company.
O Workshop foi dividido em duas tardes, 6 e 13 Junho, – um total de 4h, que acabaram por ser mais, tal foi o nosso entusiasmo e o do ilustrador. A primeira parte (dia 6) contemplou um momento de conversa e de demonstração do processo criativo do Paulo. Pudemos sempre interromper para tirar as nossas dúvidas e ele foi esclarecendo as nossas questões, mostrando-nos alguns dos seus livros. A um pouco mais de meio da primeira sessão fomos presenteados com um desenho ao vivo. A premissa era uma frase de um livro do Afonso Cruz e a partir dali desenhar o que a frase lhe transmitiu, o que o fez sentir. Foi super entusiasmante ver todo o processo, as ideias que iam fluindo… Primeiro era simples, um rabisco. Depois já era um rabisco com movimento e passamos à base. O Paulo Galindro gosta de desenhar com texturas: a base foi um antigo quadro de madeira com alguns riscos e gravações. Os materiais… foram tantos! Lápis de carvão, pastel, acrílico, usou uma tesoura para criar mais textura. Era uma cena em que uma menina com um vestido branco cheio de malmequeres amarelos, de braços abertos, a sentir o vento no meio de um campo e a sua sombra era uma flor! Podem ver aqui. Houve uma feliz contemplada (que não fui eu) cujo o nome foi sorteado e teve direito a receber este trabalho espetacular!
No final da sessão, um desafio. Durante a semana seguinte teríamos, nós que fazer uma ilustração com base numa frase, também do Afonso Cruz e enviar dois dias antes para que o ilustrador pudesse avaliar e dizer-nos o que os nossos trabalhos lhe transmitiam.
“Para aquecer o corpo, o melhor é uma lareira. Mas, para aquecer a parte de dentro do corpo, o melhor é ler”
in O Livro do Ano.
Chegado o dia 16, na segunda sessão, pudemos ver os vários trabalhos e ouvir atentamente as palavras do Paulo. Dizia-nos ele que não queria dizer-nos que não sabíamos desenhar, mas dar-nos esta oportunidade de explorar outros materiais e de explorar as nossas capacidades de transmitir ideias com um desenho.
Foi, sem dúvida, uma óptima experiência, provavelmente se não fosse o workshop não teria voltado a explorar estas técnicas que explorei. E no final estava realizada, no sentido de ter conseguido cumprir o que tinha idealizado.
Para crescermos é sempre necessário sair da nossa zona de conforto.
Aqui fica a minha interpretação ilustrada. Papel colado em madeira, com pintura em acrílico e lápis de cor.