No passado dia 9 de Janeiro tive uma manhã diferente. Fui convidada pela minha professora de Ciências Naturais do 9º ano, a ir à biblioteca da escola, conversar com alunos sobre o meu percurso académico e profissional que levaria a conversarmos sobre os media, seu peso na sociedade e os seus perigos.
Comecei a conversa com um episódio que me aconteceu naquela mesma escola, quando tinha mais ou menos a idade dos alunos das duas turmas presentes na sessão. Na altura, eu teria uns 15 anos, estava no último ano do 3º ciclo, altura de fazer os testes psicotécnicos e os meus resultados foram Artes: teatro, música, artes plásticas, e todas as outras artes que havia presentes na lista. E astronauta! Perante isto, gravei na minha memória as palavras ques me foram ditas: “És um caso muito complicado. Não sei que fazer contigo.”. Perguntei aos alunos: “O que pensariam se vos dissessem isto?”, uma das miúdas à minha frente respondeu: “Pensava que não prestava…”. Não sei se o meu pensamento aos 15 anos foi esse, mas não ficou muito longe disso. Prossegui a conversa contando-lhes o que fiz dali para a frente. Segui Artes Visuais, depois Comunicação Social e Cultural na vertente Digital e de seguida, para me especializar no que queria: Web Design. “Peguei” no que me tinham dito aos 15 anos e tornei-me mais “complicada” ainda ao estudar áreas tão vastas, que me deram conhecimentos em realidades diferentes, tornei-me ainda mais multifacetada e mesmo quando não me davam oportunidades ou não me davam o valor devido, eu criei as minhas oportunidades e enveredei pelo freelancing, mesmo que tenham sido pequenas coisas, mas fiz sites, fiz design, tenho um projecto de artesanato…
A verdade é que o tempo não esticou e quase não falamos muito sobre os media, mas deixei-lhes o meu testemunho sobre a importância de sabermos línguas, preocuparmo-nos com o que estudamos se realmente temos um objectivo que queremos alcançar, sobre valorizarmos o nosso trabalho e esforço, sobre a importância de não ficarmos parados quando não aparecem ou não nos dão oportunidades e sermos nós a criarmos as nossas oportunidades.
No final agradeci o convite e recebi um certificado e um ramo de flores muito bonito que foi feito segundo a minha personalidade.